O Instituto Alok colabora com a Iniciativa Equatorial do PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (A Iniciativa Equatorial) que promove há 22 anos o Prêmio Equatorial com o objetivo de destacar o papel fundamental das soluções baseadas na natureza defendidas pelos povos indígenas e comunidades locais para traçar um caminho para o desenvolvimento sustentável.
Foto UNIVAJA: Francisca Canamari Foto Caianás: Arquivo Foto Instituto Zág: Arquivo
Em 2022, o presidente do Instituto Alok, o DJ e Produtor Musical Alok, participou virtualmente da solenidade anunciando a organização brasileira premiada naquele ano – CoopCerrado – Cooperativa Mista de Agricultores Familiares, Extrativistas, Pescadores, Vazanteiros, Assentados e Guias Turísticos do Cerrado, que reúne 4.600 famílias de pequenos agricultores e extrativistas de 131 municípios de vários estados. (@emporiodocerradobr).
Parceria 2023
Em 2023, aprofundamos a colaboração com o Prêmio acordando com a coordenação do PNUD que o Instituto Alok apoiaria a(s) organização(ões) brasileira(s) doando recursos para a execução de projeto específico.
Instituto Zág (povo Xokleng – SC)
Vencedor brasileiro da edição 2023, o Instituto Zág recebeu do Instituto Alok apoio para o projeto “Preservação das Araucárias” – objetivando a criação e plantio de 25 mil mudas de Araucária e a realização da festa tradicional da colheita – a Sapecada do Pinhão, que não se realiza desde 1950. De suas árvores de troncos compridos, casca áspera e galhos em forma de castiçal, são extraídos madeira e pinhões, sementes ultra nutritivas que constituem a base da alimentação dos Xokleng, cuja população estimada é de 2.500 pessoas.
Foto: Arquivo Instituto Zág
A organização liderada por jovens indígenas da etnia Xokleng da Aldeia Figueira (SC), já plantou mais de 77 mil mudas da árvore de pinhão. De cada pinhão consegue-se fazer uma muda que leva cerca de um ano para germinar, plantada em saco biodegradável. A árvore Zág (Araucária) possui valor sagrado e simbólico para os povos Xokleng, mas atualmente está em vias de extinção devido a séculos de exploração descontrolada. A Mata das Araucárias ou Mata dos Pinhais é um ecossistema que pertence ao bioma da Mata Atlântica.
A Mata Atlântica estende-se do Nordeste do Brasil para o sul ao longo da costa atlântica brasileira, nordeste da Argentina e Leste do Paraguai. É um dos ecossistemas mais diversificados do planeta, atrás apenas da Amazônia. No início do séc. os indígenas Xokleng de Santa Catarina, foram duramente combatidos e quase dizimados por “bugreiros”, como eram conhecidos no Sul do Brasil milicianos contratados para atacar indígenas (ou “bugres”, termo racista que vigorava na região naquela época). Com o genocídio, restaram apenas 104 pessoas.. Mas o povo Xokleng resistiu e hoje cerca de 2.500 pessoas vivem no Sul do país.
Mídias sociais da organização:
Instagram: @institutozag
Saiba mais em: Preservação das Araucárias
Parcerias 2024
São dois vencedores do Brasil em 2024: a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (AM) e o Coletivo Ambientalista Indígena de Ação para Natureza, Agroecologia e Sustentabilidade (MS).
Segundo Anna Giulia Medri, coordenadora da iniciativa, “após um rigoroso processo de revisão entre quase 600 nomeações sob o tema Natureza para Ação Climática, este 15º ciclo do Prêmio Equatorial selecionou 11 excelentes iniciativas indígenas e locais lideradas por comunidades que oferecem soluções climáticas impactantes, restauram e gerenciam de forma sustentável a natureza e a biodiversidade, e identificam ações que promovem uma vida verde e economia circular”.
União dos Povos Indígenas do Vale do Javari – UNIVAJA (AM)
Um dos vencedores do Prêmio Equatorial em 20024, a UNIVAJA – União dos Povos Indígenas do Vale do Javari recebeu apoio do Instituto Alok para desenvolver o projeto “Governança e Proteção Etnoambiental”, com o objetivo de realizar encontro de lideranças na aldeia Rio Branco, do Povo Matis, quando serão desenvolvidas ações que visam rever o modelo de governança da Univaja.
Foto: Arquivo UNIVAJA
A ação se dá no amplo contexto do “Projeto de Proteção Etnoambiental do Vale do Javari/PPEVJ” que está lastreado em dois objetivos principais, quais sejam: (A) fortalecer os mecanismos de proteção em toda a extensão de seus limites demarcados, por meio de estruturação, revitalização e consolidação de estratégias e estruturas de vigilância destinadas ao combate do acesso ilegal para atividades ilícitas tais como extração e tráfico de recursos naturais (fauna e flora); e, (B) promover o protagonismo do movimento indígena, por meio de suas organizações de base, permitindo-lhes maior autonomia administrativa e operacional nas suas ações finalísticas de movimento social.
A Terra Indígena Vale do Javari (TIVJ) está localizada no extremo oeste do Amazonas, fronteira com o Peru, tem dimensões equivalentes a 8.544.482 milhões de hectares, e remanesce como uma das regiões mais remotas e desconhecidas do território brasileiro na Amazônia
Mídias sociais da organização:
Instagram: @univajaoficial
X (Twitter): @univajaoficial
Website: https://univaja.org/
Coletivo Ambientalista Indígena de Ação para Natureza, Agroecologia e Sustentabilidade – CAIANAS (povo Terena – MS)
Também vencedor em 2024, o Coletivo Ambientalista Indígena de Ação para Natureza, Agroecologia e Sustentabilidade – CAIANAS, de Mato Grosso do Sul, recebeu apoio do Instituto Alok para desenvolver o projeto “Guardiões do Clima”, com o objetivo de promover a formação de jovens em Etnoagroecologia Indígena, num contexto de emergência climática.
Fotos: Arquivo Caianás
Denominados Guardiões do Clima, 20 jovens (homens e mulheres) serão treinados para o resgate da agricultura ancestral Terena que reúne dimensões sociais, culturais, ambientais, cosmológicas e espirituais, cujas práticas foram praticamente abandonadas, deixando este povo diante de variados desafios para construir suas roças e auferir os alimentos para subsistência familiar.
A Terra Indígena Cachoeirinha (TI), habitada pelo povo Terena, está situada no município de Miranda, no estado do Mato Grosso do Sul (MS), em uma região ecótona entre os biomas Pantanal e Cerrado. A região consubstanciada como Chaco e Pantanal, é território de ocupação ancestral da nação Guaná, dos quais os Terena constituem subgrupo, razão pela qual desenvolveram um sistema de vida interdependente com esse ecossistema caracterizado por ser a maior planície úmida do planeta. Características edafoclimáticas desse ambiente, favoreceram a prática de manejo do solo sofisticada que o povo Terena desenvolveu ao longo de sua história, o que os tornaram reconhecidos na literatura como exímios agricultores.
Mídias sociais da organização:
Instagram: @organizacaocaianas
Website: www.caianas.org.br
Facebook: /agroecologiaterena
O Prêmio Equatorial
A Iniciativa Equatorial reúne as Nações Unidas, governos, sociedade civil, empresas e organizações de base para reconhecer e promover soluções locais de desenvolvimento sustentável para as pessoas, a natureza e as comunidades resilientes. Como parte da Iniciativa Equatorial, o Prêmio Equatorial chega em 2024 à sua décima quinta edição nos últimos 22 anos.
As cerimônias de premiação têm sido realizadas virtualmente pelo Centro Natureza para a Vida do PNUD (Nature for Life Hub), em outubro de cada ano. Os vencedores são anunciados sempre no dia 9 de agosto – Dia Internacional dos Povos Indígenas do Mundo.
O Nature for Life Hub é um local virtual para múltiplos eventos com campeões, mobilizadores, líderes, profissionais e outros palestrantes que inspiram e envolvem públicos globais, levando-os em diversas jornadas temáticas, aprofundando-se em tópicos especializados, soluções práticas e ações ambiciosas.