O Projeto Brasil do Cocar é um amplo programa do Instituto Alok, integrado por distintas ações complementares que visam apoiar:
- a criação de um catálogo / acervo de músicas tradicionais e contemporâneas de grupos indígenas brasileiros, a fim de amplificar suas vozes para além das fronteiras do país e para a expansão do conhecimento da população não indígena do Brasil sobre a cultura dos povos originários e suas agendas de conexão com a natureza e defesa de direitos;
- o bem-viver em aldeias habitadas por povos originários do Brasil;
- o empreendedorismo dos povos indígenas nas artes, tecnologia, gastronomia, moda etc., incluindo formação profissional em tecnologia;
- ações de mobilização para a promoção e defesa de direitos, contando muitas vezes com a participação/engajamento pessoal e voluntário do artista Alok como ator estratégico para contribuir a ampliar a consciência sobre as questões relevantes para a população indígena brasileira.
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Fotos: Felipe Miranda
Levar a sabedoria ancestral da floresta ao mundo faz parte não apenas dos meus objetivos artísticos, mas dos meus princípios como cidadão. Desde que tive contato com a cultura dos povos originários, entendi a importância da preservação e disseminação de seus conhecimentos e de desconstruirmos conceitos, crenças e narrativas que contaminam a visão que adultos e jovens do meu país, e de todo o mundo, têm sobre os indígenas. O futuro pode ser tecnológico e sustentável, mas para isso precisamos ouvir a voz da floresta e cocriar as soluções junto com essas vozes
Alok
Fotos: Mila Petrillo, Arquivos pessoais e dos projetos
Ações Estratégicas
1 – Álbum O Futuro é Ancestral (The Future is Ancestral)
O álbum O Futuro é Ancestral é o resultado de mais de 500 horas de gravações entre cerca de 50 artistas indígenas brasileiros, representando oito etnias, e o DJ e produtor musical Alok (presidente do Instituto Alok).
Sua missão é amplificar as vozes indígenas, criar uma relação de encantamento entre a cultura e os povos indígenas e os não-indígenas do Brasil e do mundo. Nosso desejo é fortalecer o reconhecimento da sabedoria ancestral como elemento essencial para a construção do futuro – que queremos que seja ambientalmente sustentável e socialmente justo.
Depois de ter passado pela ONU – NY (Semana do Clima 2022 e 2023, pelo Global Citizen (2022) e Grammy Museum (Los Angeles, EUA, 2024), em performances de pré-lançamento, o álbum foi lançado em 19 de abril de 2024, Dia dos Povos Indígenas, em Brasília-DF, Brasil. Em setembro, voltou a se apresentar no Global Citizen (Central Park, NY), quando foi feita uma chamada de atenção para a COP 30, a ser realizada no Brasil em 2025.
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O álbum O Futuro é Ancestral é uma criação conjunta dos seguintes artistas e/ou grupos (a quem pertencem os direitos) com Alok.
- Mapu Huni Kuî / Povo Huni Kuin / AC
- Tashka Yawanawá, Matisini Yawanawá, Rasu Yawanawa e Povo Yawanawá / AC
- Cantos dos Encantos Kariri Xocó/
- (in memorian a Wyanã – Mestre dos Cantos) Povo Kariri Xocó / AL
- Owerá / Povo Guarani Mbya / SP
- Brô MC´s / Povo Guarani Kaiowá / MS
- Kretã Kaingang e grupo / Povo Kaingang / PR
- Guarani Nhandewa – coletivo de artistas / Povo Guarani Nhandewa / PR
- Célia Xakriabá / Povo Xakriabá / MG
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2 – Coleção Som Nativo
A Coleção Som Nativo tem por objetivo criar um catálogo crescente de músicas dos povos originários brasileiros, gravadas em estúdio e disponibilizadas nas principais plataformas de streaming para dar maior visibilidade à beleza da cultura musical e à força das mensagens indígenas de reconexão com a natureza, resistência e luta.
“Integram um primeiro bloco de lançamentos, “O Futuro é Ancestral” (co-criação entre Alok e artistas indígenas – ver acima, já lançado) e outros sete álbuns contendo a música tradicional e contemporânea de distintas etnias (Yawanawa, Huni Kuin, Kariri Xocó, Guarani Kaiowá, Guarani Mbya, Guarani Nhandewa e Kaingang).
A Coleção Som Nativo é uma contribuição do Instituto Alok à Década Internacional das Línguas Indígenas (2022-2032), em cooperação com a UNESCO. A intenção do Instituto Alok é lançar novos álbuns a cada ano, durante toda a Década.
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100% dos direitos pertencem aos artistas indígenas.
Álbum | Artista | Território | Língua |
---|---|---|---|
O Futuro é Ancestral Produção Musical: Alok Participação especial: Célia Xakriabá (povo Xakriabá – MG) | Mapu Huni Kuin | Centro Huwã Karu Yuxibu | Hãtxa Kuî |
Grupo Yawanawa Saiti Kaya | Terra Indígena do Rio Gregório | Nuke Tsãy | |
Wyanã Uia-Thê (1970-2022) e grupo Cantos Nativo | Terra Indígena Kariri Xocó | Dzubukuá (Tronco linguístico Macro-Jê) | |
Òwerá | Terra Indígena Tenondé Porã | Guarani Mbya | |
Povo Kaingang (movimento Levante pela Terra) | Território Sagrado Floresta Estadual Metropolitana de Piraquara (PR) | Kaingang | |
Guarani Nhandewa (movimento Levante pela Terra) | Terras indígenas Laranjinha, Pinhalzinho e Ywy Porã – Posto Velho (PR) | Guarani Nhandewa (Tronco linguístico Tupi) | |
Brô MC’s | Reserva Indígena Francisco Horta Barbosa – aldeias: Jaguapiru e Bororó (MS) | Guarani Kaiowá | |
Hiri Shubu Keneya Bari Bay | Mapu Huni Kuin | Centro Huwã Karu Yuxibu Rio Branco (AC) | Hãtxa Kuî |
Saiti Kayahu Mariri Yawanawa Saite Kayuahu | Grupo Yawanawa Saiti Kaya, Povo Yawanawa | Terra Indígena do Rio Gregório Tarauacá (AC) | Nuke Tsãy |
Cantos dos Encantos Kariri Xocó | Wyanã Uia-Thê (1970-2022) e grupo Cantos Nativo Povo Kariri Xocó | Terra Indígena Kariri Xocó Porto Real do Colégio (AL) | Dzubukuá (Tronco linguístico Macro-Jê) |
Nhe’e Porã | Òwerá | Terra Indígena Tenondé Porã | Guarani Mbya |
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3 – Documentário o Futuro é Ancestral
Registro dos processos de criação musical entre Alok e os grupos indígenas envolvidos no processo de gravação do álbum O Futuro é Ancestral, realizado pela produtora Maria Farinha Filmes, com o objetivo de expandir a consciência da audiência sobre a cosmovisão de arte-espiritualidade-cura dos povos originários. O documentário está em fase de finalização com previsão de estreia no segundo semestre de 2024 e tem roteiro da antropóloga Célia Xakriabá e de Moara Passoni.
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4 – Vozes e Direitos
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Apoio à ANMIGA – Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade em ações de fortalecimento contínuo, acompanhamento jurídico, elaboração de estratégias legais e de comunicação para o posicionamento da mulher indígena frente às demandas locais, nacionais e /ou globais. (BR)
5 – Motci (1ª Mostra Tibira do Cinema Itinerante)
Fortalecimento da Mostra que tem o propósito de ressaltar a importância dos povos originários para a preservação e manutenção do meio ambiente. (RJ)
6 – A Presença Indígena nas Universidades
Apoio ao IX e X ENEI – Encontro Nacional dos Estudantes Indígenas, evento que tornou-se referência de reflexão e mobilização coletiva no contexto do Ensino Superior e da Educação Intercultural. (2022 – SP / 2023 – PB)
7 – Festival Brasil é Terra Indígena
Parceria no festival que promoveu em Brasília (2023) um diálogo intercultural para a valorização e preservação da cultura indígena e a criação de parcerias fundamentais entre os povos. (DF)
8 – V FIFEP (Festival Internacional do Filme Etnográfico do Pará – 2023)
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Apoio ao festival que exibe e premia produções nacionais e internacionais de filmes que abordam questões socioculturais contemporâneas sobre pessoas, meio ambiente, preservação ambiental e grupos sociais. (PA)
9 – I Festival de Cinema e Cultura Indígena
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Apoio à realização do festival realizado em Brasília em 2022, incluindo a criação do Prêmio Lente Ancestral nas categorias de Melhor Direção, Melhor Fotografia e Melhor Roteiro. (DF)
10 – Comunicação Indígena
Apoio ao coletivo Mídia Indígena no 19ª Acampamento Terra Livre (ATL – edição 2023), para a criação de um espaço voltado às atividades de comunicação de grupos de jovens de distintas etnias. (DF)
11 – Cultura e Espírito
Apoio à realização de oficinas de pintura em tecidos, telas e murais, além da cestaria em cipó, para valorizar a conexão das novas gerações das várias aldeias Yawanawa com sua arte e cultura tradicionais. (AC)
12 – Segurança Alimentar
Apoio à aldeia Mutum (Yawanawa) na articulação de doação de trator, implementos e consultoria técnica com o objetivo de otimizar o uso da terra para plantio de alimentos. Parceria com o Grupo Rezek e Primavera Máquinas. (AC)
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13 – Empreendedorismo
Apoio à construção de 10 pequenas casas na Aldeia Mutum (Yawanawa) com o objetivo de promover melhorias na hospedagem de participantes em festivais culturais e rituais sagrados. (AC)
14 – Estúdio Ayvú Records
Apoio à construção do estúdio AYVÚ Records – um estúdio de música dentro de uma aldeia indígena do Brasil. A finalidade é proporcionar ao grupo Brô MC’s (Guarani Kaiowá) a possibilidade de criar e produzir suas próprias músicas. (MS)
15 – Ravê Estúdio Kosmofônico
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Apoio à aquisição de equipamentos para o estúdio móvel de produção audiovisual do artista Owerá (Guarani Mbya), expoente do rap nativo e membro da comunidade indígena Krukutu. (SP)
16 – Educação
Apoio à edição do livro O Choro da Mãe Terra, do escritor indígena Olívio Jekupe, dedicado a contribuir com professores do ensino fundamental e médio para que possam levar os alunos uma releitura da história dos povos originários. (BR)
17 – Segurança Alimentar
Apoio à construção e aquisição de equipamentos do restaurante Campo da Fartura (no Centro Huwâ Karu Yushibu), objetivando a preservação e difusão da cultura culinária Huni Kuî, além de oferta de alimentos aos indígenas desaldeados na região de Rio Branco. Parceria com GasLive Brasil e Cavgna Group. (AC)
18 – Segurança Alimentar
Envio de 3 toneladas de sementes para o replantio agrícola em 18 aldeias Huni Kuî, atingidas em 2021 pelas enchentes. (AC)
19 – Cantos que Curam e Encantam
Apoio para a construção do espaço Wyanã Cantos Nativos Kariri Xocó, dirigido pela família do Cacique Wyanã Uia-Thê (1970-2022), que trabalha com tratamentos para o auto- conhecimento e cerimônias com as medicinas tradicionais. (AL)
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20 – Encontros Urbanos
Parceria com o grupo Cantos Nativos para a realização de práticas ritualísticas em espaço próprio e de apresentações culturais em escolas de São Paulo, visando criar oportunidades para que a população não indígena aprofunde conhecimentos e vivências com a cultura indígena Kariri Xocó. (SP).
21 – Meio Ambiente e Segurança Alimentar
Apoio ao Instituto Zág (etnia Xokleng) para a criação e plantio de 25 mil mudas de Araucária, uma das principais fontes de alimento e remédios do povo Xokleng na Aldeia Figueira. O apoio também se dá para a realização da festa tradicional da colheita. Parceria com o Prêmio Equatorial – PNUD. (SC)
22 – Guardiões do Clima
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Nos unimos ao Coletivo Ambientalista Indígena de Ação para Natureza, Agroecologia e Sustentabilidade – CAIANAS, do povo Terena no Mato Grosso do Sul. O apoio tem como objetivo desenvolver o projeto “Guardiões do Clima”, de formação de 20 jovens indígenas em Etnoagroecologia, num contexto de emergência climática. (MS). Parceria com o Prêmio Equatorial – PNUD
23 – União dos Povos Indígenas do Vale do Javari
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Apoio a UNIVAJA – União dos Povos Indígenas do Vale do Javari para desenvolver o projeto “Governança e Proteção Etnoambiental”, com o objetivo de realizar encontro de lideranças na aldeia Rio Branco, do Povo Matis, quando serão desenvolvidas ações que visam rever o modelo de governança da Univaja. (AM) Parceria com o Prêmio Equatorial – PNUD
24 – Cultura como Resistência
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O Instituto Alok contribui ao fortalecimento cultural, revitalização dos costumes, hábitos, crenças, expressões artísticas e à preservação da língua do povo indígena Guarani Nhandewa que vive na Terra Indígena Laranjinha (Norte do Paraná, (região Sul do Brasil), apoiando eventos culturais que unem – em três eventos culturais – os anciãos e líderes da aldeia com as crianças, jovens e adultos, incentivando a revitalização de tradições e visões de mundo no caminho de vida das futuras gerações.