“Eu sonhava em ser pai. Hoje tenho dois filhos e saber que no meu país crianças estão morrendo por falta d’água é algo que comove e entristece. Por isso, através do Instituto Alok estamos fechando parcerias importantes para contribuir ao acesso à água potável em algumas comunidades rurais e urbanas do Nordeste ao longo dos próximos três anos”, diz Alok. O Instituto pretende investir aproximadamente R$2 milhões nesta área.
Água de Beber é uma iniciativa do Instituto Alok para apoiar ações que contribuam para o acesso a água potável, inicialmente na região Nordeste do Brasil.
As primeiras parcerias são com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e com a startup Água Camelo.
As ações serão desenvolvidas em áreas urbanas e rurais, incluindo a perspectiva de povos indígenas e comunidades tradicionais de municípios da região Nordeste, nos estados da Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Rio Grande do Norte, Ceará, Bahia e Maranhão.
Nosso objetivo é somar esforços com outros parceiros para apoiar avanços relacionados às metas do ODS 6 – Objetivo de Desenvolvimento Sustentável, que projeta avanços na área até 2030, no sentido de assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todas e todos, com especial atenção às necessidades de mulheres e meninas.
Fotos: Alécio Cézar
WASH – Água, Saneamento e Higiene
Com o UNICEF nos somamos a muitos outros parceiros no âmbito da iniciativa Água, Saneamento e Higiene com o objetivo de apoiar o fortalecimento de políticas públicas em estados do Nordeste e promove a saúde, o bem-estar e o pleno desenvolvimento de crianças e adolescentes por meio de ações e estratégias relacionadas ao acesso seguro à água para consumo humano, aos serviços de esgotamento sanitário e boas práticas de higiene, incluindo os seguintes eixos prioritários:
• Saneamento em áreas rurais;
• Promoção de ambientes saudáveis e sustentáveis em escolas;
• Povos e comunidades tradicionais.
Nessa parceria, serão priorizadas as necessidades no estado de Pernambuco (PE), onde serão feitas melhorias de água, saneamento e esgoto em 40 escolas rurais, além de apoio para garantir a cloração da água nas escolas e a disponibilidade de materiais para dignidade menstrual. Os municípios em PE definidos até agora são: Araripina, Bodocó, Cumaru, Itaíba e Ouricuri.
A região Sul da Bahia e o Maranhão também serão beneficiados, especificamente em terras indígenas em situação de extrema vulnerabilidade sanitária e comunidades quilombolas.
O Programa utiliza de distintas metodologias, de acordo com as necessidades locais, entre elas a captação de água por meio de bombas movidas a energia solar, incluindo a implantação e manutenção de soluções alternativas coletivas de abastecimento de água para consumo humano para povos e comunidades tradicionais, escolas e unidades de saúde, em áreas rurais.
Segundo Rodrigo Resende, Oficial de Água, Saneamento e Higiene do UNICEF no Brasil: “É com muita alegria que celebramos o segundo projeto entre o Instituto Alok e o UNICEF. Em 2021 a parceria foi focada na garantia de ambientes seguros, por meio de práticas de higiene, para crianças, adolescentes e famílias vulneráveis durante a pandemia da Covid-19. Entre as ações, houve a instalação de 10 estações de lavagem de mãos no Maranhão, priorizando escolas em comunidades quilombolas da grande São Luís. Além disso, a aliança teve um trabalho junto à população para a sensibilização sobre boas práticas de higiene, por meio da lavagem de mãos, incluindo a comunidade escolar para a reabertura segura de escolas.”
Fotos: Alécio Cézar
Centrais Camelo – Bebedouros
A parceria com a startup Água Camelo possibilitará o acesso a água tratada, potável, com a instalação de 20 Centrais Camelo no modelo de Bebedouros Comunitários com sistemas inovadores de tratamento, coleta e refrigeração de água em:
- 12 pontos de periferias urbanas, estrategicamente escolhidos por seu alto fluxo de pessoas. Serão 3 pontos por cidade em 4 capitais: João Pessoa, Maceió, Fortaleza e Natal; e,
- 8 pontos em municípios da zona rural de Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte: Maracanaú (CE), Forquilha (CE), Mossoró (RN) e Caruaru (PE).
As ações beneficiarão cerca de 20 mil pessoas.
Segundo o Cofundador da startup Água Camelo João Piedrafita: “É essencial o trabalho em rede para conseguir lutar contra essa grande guerra, onde 35 milhões de pessoas só no Brasil acordam todos os dias sem ter um copo de água limpa para beber em suas casas. Por isso, é fundamental construir sempre com muitas mãos os projetos, com instituições parceiras, lideranças comunitárias e organizações que têm conhecimento local e a confiança das pessoas, para que tenhamos sempre o melhor e maior impacto possível. É uma grande honra tirar do papel essa parceria com o Instituto Alok, uma organização que admiramos e já vislumbrávamos trabalhar há muito tempo. Fora isso, acreditamos ser um exemplo onde Alok, seu fundador, utiliza de sua enorme visibilidade para fazer a diferença em causas tão importantes, pelo seu engajamento com questões essenciais e pela seriedade e dedicação com o impacto genuíno”.
Soma-se ao Instituto Alok o apoio da WAAW – equipamentos de áudio
Fotos: Gabriel Tesserolli / Água Camelo
Água e Saúde
No Brasil, estima-se que cerca de 30 milhões de pessoas ainda não tem acesso a água tratada, e cerca de 100 milhões vivem sem coleta de esgoto.
Segundo o UNICEF, a falta de acesso ao saneamento – banheiro e rede de esgoto – é uma das privações que mais impactam crianças e adolescentes no Brasil. Segundo os dados da Pnad Contínua 2020 (últimos disponíveis para esse tema), quatro em cada dez meninas e meninos estavam privados desse direito.
Há quase o dobro de crianças e adolescentes negros e indígenas privados do direito ao saneamento no Brasil, em comparação com brancos e amarelos – 47% e 29,7%, respectivamente. O problema é mais grave nas regiões Norte e Nordeste, em que há estados com mais de 80% das crianças e dos adolescentes privados de saneamento, é o que indica a pesquisa “As Múltiplas Dimensões da Pobreza na Infância e na Adolescência no Brasil” do UNICEF. Embora estes números venham caindo, a precariedade e falta de investimento dos sistemas públicos de saúde, incluindo saneamento e acesso à água potável, é uma das principais causas da mortalidade infantil no Brasil (depois da prematuridade, por falta de assistência e orientações às gestantes, muitas em estado de desnutrição, e – mais uma vez – em função do déficit nos serviços de saneamento ambiental).
Beber água de má qualidade provoca sobretudo nas crianças, mas não exclusivamente, doenças gastrointestinais e estomacais com sintomas de diarreia, vômito e febre, com aparição de verminoses. Entre as doenças que podem provocar, as mais graves são a leishmaniose e a leptospirose.
A mortalidade infantil compreende a soma dos óbitos (0 – 6 dias de vida), neonatal tardio (7 – 27 dias) e pós neonatal (28 dias e com menos de 1 ano de idade) por mil nascidos vivos, em determinado espaço geográfico, no ano considerado.
A falta de água potável impacta de forma mais intensa crianças e adolescentes negros e indígenas, comprometendo também o acesso deles a outros direitos. 2,1 milhões de crianças e adolescentes vivem sem acesso adequado a água no Brasil.
(Fontes: Ecoa/Uol, UNICEF, Observatório do Marco Legal da Primeira Infância, Fundação Abrinq, Ministério da Saúde e IBGE)
Como o UNICEF atua
Entre outras estratégias, no Brasil o UNICEF conta com a iniciativa Água, Saneamento e Higiene (WASH, na sigla em inglês) voltada a apoiar o fortalecimento de políticas públicas em territórios mais vulneráveis – com especial atenção para os povos e comunidades tradicionais –, serviços de água, saneamento e higiene em escolas e o fortalecimento de capacidades de municípios localizados na Amazônia Legal e no Semiárido brasileiro.
As ações têm em vista os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), especialmente o ODS 6 que visa garantir a disponibilidade e a gestão sustentável da água potável e do saneamento para todos, com especial atenção para as necessidades das mulheres e meninas e das pessoas em situação de vulnerabilidade.
Para a área de Água, Saneamento e Higiene, o Unicef conta com o apoio de diversos doadores individuais e parceiros corporativos.
Parceiros estratégicos: Aegea, FRAM capital, Fundação Salvador Arena, Grupo Profarma, Grupo RD-RaiaDrogasil, Igreja de Jesus Cristos dos Santos dos Últimos Dias, Ministério Público do Trabalho (MPT), Takeda.
Parceiros: Grupo Tigre, Instituto Alok e WEG.
Apoiador: Sempre Livre® & Carefree®.
A estratégia conta, também, com parceiros internacionais que apoiam em ações emergenciais e na crise migratória: Departamento de Proteção Civil e Ajuda Humanitária da União Europeia (Echo, na sigla em inglês), Escritório para População, Refugiados e Migração do Departamento de Estado dos Estados Unidos (PRM, na sigla em inglês) e Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (Aecid).
O Programa de WASH do UNICEF no Brasil tem o objetivo de alcançar resultados sistêmicos gerais. Conheça abaixo algumas das metas do UNICEF para esta iniciativa em 2024:
• Beneficiar 60 mil pessoas com acesso básico à água
• 60 sistemas de água movidas a energia solar
• 5 municípios com planos municipais de saneamento básico desenvolvidos e aprovados
• 60 unidades de saúde atendidas com serviços básicos de WASH
• 200 escolas alcançadas com serviços básicos de WASH
• 20 mil mulheres e meninas adolescentes com necessidades de higiene menstrual atendidas
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Como a Água Camelo atua
Startup de impacto socioambiental focada no mercado ESG,a Água Camelo trabalha com projetos de acesso à água potável para organizações que desejam promover o acesso à uma fonte segura de água tratada para pessoas em situação de vulnerabilidade social, entre os centros urbanos, o semiárido e a Floresta Amazônica.
Para mudar o cenário da falta de acesso à água tratada, a startup incorpora tecnologias simples e acessíveis que viabilizem o consumo de água de boa qualidade por parte das populações sem acesso a esse serviço público básico.
Através da tecnologia de filtragem e distribuição de água, A Camelo utiliza um equipamento filtrante desenhado para uso comunitário, podendo comportar um alto volume de água bruta (24.000 litros/dia) para tratamento, deixando-a própria para o consumo, higienização pessoal ou limpeza de alimentos. Esse equipamento conta com uma membrana de fibra oca na sua parte interna, feita em fluoropolímero PVDF (fluoreto de polivinilideno), material de elevada estabilidade química, resistência à oxidação e resistência a ácidos e álcalis.