O Instituto Alok abraça a juventude indígena e suas causas, apoiando o IX ENEI e o X ENEI – Encontro Nacional dos Estudantes Indígenas que aconteceram respectivamente na Unicamp em Campinas, SP (2022), e no casarão Potiguara da Aldeia Jaraguá, em Rio Tinto, PB. (2023)
O Encontro tornou-se referência de reflexão e mobilização coletiva no contexto do Ensino Superior e da Educação Intercultural, promovendo a constituição de redes e alianças nas mais diversas frentes de atuação.
É um espaço pensado e protagonizado por indígenas, que contam com aliados e interlocuções fundamentais não-indígenas, tornando-se um espaço de ensino-aprendizagem para a divulgação e o compartilhamento de saberes no campo da Formação Superior, mais especificamente por meio da troca de experiências entre os graduandos e pós-graduandos indígenas, professores/pesquisadores, profissionais, além de outras lideranças.
A intenção é promover, estimular e fomentar discussões sobre acesso e permanência de estudantes indígenas no Ensino Superior.
IX ENEI
O Encontro aconteceu em julho de 2022, com o tema “Ancestralidade e contemporaneidade” e trouxe algumas perspectivas circulares do tempo, “ao orientar nossas ações e reflexões contemporâneas em experiências e conhecimentos que nossos ancestrais e anciões compuseram, ritualizamos e atualizamos o passado, transformamos o presente e criamos outros futuros possíveis. A proposta do encontro foi constituir, através de uma abordagem crítica, um panorama do momento que vivenciamos, não como um processo linear ou estático, mas suas continuidades, descontinuidades e circularidades, onde é possível atuar criativamente”, diz Arlindo Gregório (Arlindo Baré), coordenador geral do IX ENEI. A presença do artista Alok e apoio financeiro fizeram parte desta parceria
Fotos: Rodrigo Duarte, Leo Otero, Edgar Kanaykõ Xakriabá e Equipe Instituto Alok.
X ENEI
Com o tema “Análise e Conjuntura da Presença Indígena no Ensino Superior na Última Década”, o Encontro aconteceu em outubro de 2023, participaram 800 estudantes de todo o país, e o evento trouxe reflexões no âmbito da Educação Superior, dando continuidade às discussões realizadas em todos os Encontro Nacional dos Estudantes Indígenas durante a década de 2013 a 2023.
Entre as atividades aconteceram conferências, mesas redondas, grupos de trabalho, atividades culturais, e também:
• espaço de troca entre acadêmicos e pesquisadores indígenas sobre suas trajetórias nas Instituições de Ensino Superior e os desafios que percebem quando ingressam nas universidades;
• articulações entre os estudantes para que possam buscar nos órgãos dos governos políticas de ações afirmativas voltadas ao Ensino Superior;
• apresentação de trabalhos de discentes e docentes voltados à questões indígenas;
• troca de experiências entre os Potiguara e a comunidade acadêmica;
• fortalecimento do movimento sociopolítico dos povos indígenas da Paraíba.
Casarão Potiguara
Memória, Massacre e Resistência
O povo Indígena Potiguara da Paraíba, vive em três Terras Indígenas – TI’s, divididas em três municípios, sendo eles: Baía da Traição, Marcação e Rio Tinto. No início do século passado, uma família de origem sueca comprou terras nas proximidades da Terra Indígena de Monte-Mór, local conhecido como Sítio Preguiça. Em meados do século XIX, os Potiguara conseguiram a posse de suas terras através de um ato de reconhecimento feito por Dom Pedro II, que lhes doou duas sesmarias. No começo dos anos 2000, os Potiguara de Monte-Mór iniciaram o processo de retomada de sua antiga sesmaria. Durante o domínio da família Lundgren foram construídos alguns prédios da antiga fábrica de tecidos dentro da TI Monte-Mór. Dentre eles, está o Casarão Potiguara, que desde 2007 é utilizado como escola e ali alimenta- se o sonho de transformá-lo em um museu da resistência dos Potiguara de Monte-Mór.
Sobre o ENEI
O Encontro Nacional dos Estudantes Indígenas (ENEI) tem demonstrado sua potência para o exercício de temas caros à universidade, tais como a interculturalidade, a ecologia dos saberes, a descolonização dos paradigmas de produção do conhecimento predominante e o fortalecimento das tradições indígenas.
Colabora também para qualificação acadêmica e atuação como sujeito histórico/protagonista, socializando pesquisas e tecendo reflexões sobre as problemáticas que afetam suas vidas.